terça-feira, 27 de novembro de 2012

Kassab confirma convite de Dilma para PSD participar do governo

Moacyr Lopes Junior -30.out.2012/Folhapress
Prefeito Gilberto Kassab e prefeito eleito Fernando Haddad durante encontro na sede da prefeitura
DO VALOR
O presidente nacional do PSD, prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, relatou nesta terça-feira a integrantes da executiva nacional do partido que a presidente Dilma Rousseff convidou a legenda a participar do seu governo e ofereceu-lhe mais de uma opção de cargo.
Na reunião da executiva, realizada em Brasília, o prefeito não revelou quais seriam essas opções e nem foram discutidos eventuais nomes. Na primeira reunião da executiva realizada após as eleições municipais, não houve decisão a respeito da participação do PSD no governo federal.
Como presidente da sigla, Kassab saiu de lá com aval dos companheiros de partido para dar início às consultas a diretórios regionais, parlamentares e lideranças do PSD para formar uma posição. A conversa de Dilma com Kassab foi na semana passada.
O prefeito, no entanto, admitiu na reunião haver divisões no partido em relação à adesão ao governo Dilma, já que a legenda resultou da união de políticos que vieram tanto do campo da oposição quando da base aliada. Ouviu algumas ponderações contrárias à adesão já em 2013.
O presidente do PSD de Goiás, Vilmar Rocha, deputado federal, por exemplo, disse que o partido deveria manter essa posição de independência até 2014 e somente no ano eleitoral tomar uma definição sobre aliança com Dilma ou não.
Parlamentares de Santa Catarina e do Acre, como o deputado Onofre Santo Agostini e o senador Sérgio Petecão, respectivamente, relataram na reunião que o PSD tem dificuldade de fazer aliança com o PT em seus Estados, por causa das dificuldades políticas locais

Os representantes de Goiás lembraram que já há uma resolução aprovada anteriormente pela executiva do PSD dando autonomia aos diretórios estaduais para definir as coligações. Kassab concordou que cada caso será discutido.
O líder da bancada na Câmara dos Deputados, Guilherme Campos (SP), afirmou que, pela opinião corrente dos parlamentares do PSD, a maioria é favorável à participação logo no governo Dilma. Um dos argumentos é que a legenda já vota com o governo e não tem contrapartida. Alguns deputados disseram que o PSD precisa sair dessa ambiguidade. Um dos mais enfáticos foi Fábio Faria (RN).
Vilmar Rocha manifestou preocupação com a imagem do PSD, para que ele não se transforme em um novo PMDB, ou seja, um partido sempre aliado ao governo, sem necessariamente manter vínculos programáticos com a gestão. "Devemos criar melhor nossa identidade", ponderou.
Mais cedo, no Congresso, Kassab havia dito que o partido só participará do governo Dilma após uma manifestação formal da legenda sobre uma posição unitária a respeito das eleições de 2014. Disse, ainda, que as consultas às lideranças do PSD começariam a ser feitas em janeiro de 2013.
Reafirmou ainda que sua posição pessoal é favorável à aliança com a presidente. Kassab explicou que nas eleições de 2012 os diretórios ficaram livres para fazer suas alianças, coerentes com as posições tomadas em 2010.
Para 2014, segundo ele, a ideia é que a legenda tenha uma ação unitária. Na reunião da executiva, ficou definida a realização de reuniões quinzenais em Brasília, onde é a sede. O prefeito garantiu que virá à capital federal toda semana.
O partido planeja dois grandes eventos. Um, de caráter mais festivo, em São Paulo, para homenagear pioneiros. Outro, em Brasília, de trabalho, com os prefeitos eleitos. O objetivo é discutir gestão, orientação quanto aos recursos municipais, etc.
Kassab passou a terça-feira em Brasília, onde participou de uma sessão solene em homenagem ao primeiro ano de criação do PSD. Depois, foi a reunião da executiva. A avaliação de Kassab sobre o desempenho do PSD nas eleições municipais foi positiva e mostrou, segundo ele, que a sigla tem capilaridade, representatividade, densidade eleitoral e cara - que definiu como um partido de centro.
Quanto ao apoio do PSD ao futuro prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), Kassab disse que seria incondicional e que essa é sua vontade pessoal. Lembrou ter deixado a bancada do partido livre para tomar a decisão sobre o assunto e a opção foi pelo apoio a Kassab.
Confirmou ter sido consultado por Haddad sobre eventual manutenção de quadros da atual administração em sua futura gestão. O prefeito manifestou simpatia pela possibilidade, mas afirmou que não se falou em nomes.

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