Paulo Skaff
caminha durante campanha ao governo do Estado em 2014 (Foto: André Lucas
Almeida/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Por Ricardo kotscho no Blog Balaio do kotscho
A pergunta que não quer calar: por que Paulo Skaf,
presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), citado
tantas vezes nas delações sobre as doações feitas pela Odebrecht ao PMDB, ainda
não foi ouvido pela Lava Jato nem pelos jornalistas que fazem a cobertura
diária da operação?
Até agora, pelo menos que eu tenha visto, não se tornou
pública nenhuma declaração do empresário sobre o assunto.
O nome dele voltou a ser falado durante as quatro horas
do depoimento de Marcelo Odebrecht, em Curitiba, nesta quarta-feira.
O ex-presidente da empreiteira contou que, antes do já
célebre jantar com Michel Temer no Palácio do Jaburu, durante a campanha
eleitoral de 2014, ele recebeu do executivo Cláudio Mello, um dos 77 delatores
da Odebrecht, o pedido de R$ 6 milhões feito por Paulo Skaf para a sua campanha
a governador de São Paulo (ver cobertura completa aqui no R7).
Segundo Marcelo Odebrecht, a solução seria usar parte
da verba total de R$ 10 milhões destinada ao grupo político de Temer, por
intermédio do hoje ministro Eliseu Padilha, para a campanha de Skaf ao governo
paulista.
Ou seja, o empresário-político (ou vice-versa) ficaria
com a maior parte da bolada, mas, de acordo com Marcelo Odebrecht, parte do
dinheiro não chegou a ser pago.
Desde que seu nome apareceu no noticiário sobre a Lava
Jato, no entanto, Skaf sumiu misteriosamente de cena e agora só aparece em
propagandas da Fiesp na televisão falando sobre as conquistas do Sesi (Serviço
Social da Indústria).
Na eleição de 2014, o presidente da Fiesp ficou em
segundo lugar, derrotado pelo governador Geraldo Alckmin, que foi reeleito no
primeiro turno.
Criador dos patos amarelos espalhados na avenida
Paulista e em Brasília durante a campanha pró-impeachment, Paulo Skaf está
afastado do debate político e ainda não se sabe quais são seus planos para
2018.
Em tempo (atualizado às 12h40):
A assessoria de Paulo Skaf divulgou a seguinte nota:
"Todas as doações recebidas pela campanha de Paulo
Skaf ao governo de São Paulo estão devidamente registradas na Justiça
Eleitoral, que aprovou sua prestação de contas sem qualquer reparo. Paulo Skaf
nunca pediu e nem autorizou ninguém a pedir qualquer contribuição de campanha
que não as regularmente declaradas".
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